quarta-feira, julho 15, 2009

Amor Portátil

"De um dia para o outro deixou de me telefonar. Nós falávamos três, quatro, cinco vezes por dia. Até mudámos para a mesma rede para sair mais em conta. Não nos víamos, mas pelo menos deixávamos recados o telemóvel um do outro. De um dia para o outro deixou de telefonar. E não havia recados. Deixe-lhe um, bem-disposto, em que lhe dizia precisamente isso: "Tu, minha malandra, minha querida, deixaste de me telefonar? Como é que consegues? Olha, eu não consigo." No dia seguinte foi muito pior. Respondeu uma gravação a dizer que a caixa de correio estava cheia e que portanto não admitia mais recados. (...) Passei a nunca desligar o telefone. A trazer no bolso da camisa. A atender apressadamente todas as chamadas, o coração apertado, um suor frio. Nunca era ela. (...)" (Amor Portátil, Pedro Paixão)
PS - As novas tecnologias são uma obra do demo. Estou convencida! Hoje não é só o telemóvel, é o mail, o facebook e mais umas mil e uma ferramentas que nos deixam assim.... em estado de suspense, à espera de uma mensagem, de um sinal... como é que conseguimos viver com isto?

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