No outro dia fui jantar a casa de uma amiga que é casada. E, enquanto conversavamos sobre as nossas vidas profissionais, inconscientemente, lá me ia lamentando do excesso de trabalho e da falta de tempo para mim e para viver a minha vida. A minha rotina é seguida perante a ditadura do relógio e o dead line é a palavra sempre presente no meu cérebro. (porque se há muitos jornalistas desempregados, felizmente eu não sou o caso e até nem me posso queixar de falta de trabalho). Até que ela me pergunta: "Como aguentas essa vida? Olha que assim não arranjas namorado!... ". Aquilo atingiu-me que nem um raio, e o facto é que nem consegui arranjar uma resposta à altura, até porque se calhar nem há. Apesar de me chatear essas observações sobre o facto de não ter namorado, não quer dizer que não seja feliz à mesma. Assim solteira e livre que nem um pássaro. Livre para descobrir o meu caminho. A minha vida nunca dependeu de um homem e acho que a nossa felicidade não deve depender disso, também. É verdade, também, que há dias que sinto falta daquelas sensações de uma pessoa apaixonada e de quem tem alguém à nossa espera. Mas agora estou na fase que estar sem namorado até dá jeito. Não tenho ninguém para me fazer exigências e amuar quando eu tiver que trabalhar e não puder passar a noite bar a beber um copo. Acho que assim a minha vida é bem mais fácil, comigo e só comigo. Afinal, só tenho 25 anos, qual é a urgência?
É verdade que não quero chegar aos 40, gorda, feia, chata, solteirona e virar tia. Mas qual é a necessidade de nos lembrarem, a nós solteiras, sempre isso. Será por maldade, ou será que a vida a dois é tão fantástica que eu não sei o que estou a perder?
Não vejo as coisas por esse prisma, sou solteira, é verdade, mas sou-o com orgulho, sem frustações nem tristezas e vivo esta fase plenamente, ainda com a alegria e os sonhos dos 20.